quarta-feira, 14 de março de 2007

proposta de comentário

Junto foto tirada no restaurante tibetano. Não achaste estranho que num restaurante tibetano não haja leite azedo de iaque e outros alimentos desses? Os iaques cospem na cara das pessoas (ou serão os lamas os burros cuspidores?), vi uma vez num canal da TV Cabo. Talvez usem a saliva desses animais para produzir uma bebida alcoólica típica. Comemos um prato de couscous com umas beringelas insípidas, mas de resto nada me pareceu insípido, antes pelo contrário. - Acho que está bom, dizes. Naquele restaurante parece que as pessoas têm vergonha de mostrarem stress. Ou de falarem alto. Há uma frequência bloqueadora de emoções no ar. Só os monges mais treinados conseguem ouvir o zumbido. -Lá em baixo deve ser óptimo estar-se, com sol. Sorris. Eu continuo sem fixar os olhares durante muito tempo. Mas há momentos que se vão congelando na prateleira das polaroids que temos na cabeça. Atrás de ti, sentada, junto à parede, uma mulher jovem olha para mim repetidamente. Será que a conheço? Isto acontece-me todos os dias, junta-se a incapacidade para decorar rostos com a miopia. Deixo que os olhos não a foquem e defendo-me dessa maneira. Não a vejo vendo-a. Será que te conhece? Ao nosso lado, virada para nós, uma mulher de 50 anos, pesada, regista-nos sem o mostrar. Acho sempre que o fazem quando nunca me olham e sobretudo quando nunca reagem a um movimento meu. É difícil ignorarmos alguém e, por isso, quando o parecemos fazer é provável não o estarmos a fazer. Deve ter sido bonita, a mulher. Ainda é, tem um mundo atrás dos olhos. E para ver isso não preciso de ter boa visão. Depois, uns dias depois, vou tentar escrever sobre este almoço. Eis a tentativa. O resto fica para mais tarde.
@ estupendo

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